quinta-feira, janeiro 11, 2007

Dunas

Dunas são como divãs
biombos indiscretos de alcatrão sujos
rasgados por cactos e hortelãs
deitados nas dunas alheios a tudo
olhos penetrantes
pensamentos lavados

Bebemos dos lábios refrescos gelados
selamos segredos
saltamos rochedos
em câmara lenta como na tv
palavras a mais na idade dos porquês

Dunas como que são divãs
quem nos visse deitados
cabelos molhados bastante enrolados
sacos-cama salgados
nas dunas roendo maçãs
a ver garrafas d'óleo
boiando vazias nas ondas da manhã

(GNR)


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2 Comments:

Blogger Ana said...

Esta fez parte integrante da minha adolescência e continua a ser uma das minhas eleitas no que diz respeito à música portuguesa de todos os tempos!

9:06 da tarde  
Blogger Nuno Guronsan said...

A memória mais marcante que tenho é uma enorme roda de amigos numa festa de final de 9º ano, com muitos sorrisos e algumas lágrimas, e com esta singela música em pano de fundo... E já lá vão um bom par de anos...

10:53 da tarde  

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