quinta-feira, dezembro 26, 2013

Chamar a Música

Esta noite vou ficar assim
Prisioneira desse olhar
De mel pousado em mim
Vou chamar a música
Pôr à prova a minha voz
Numa trova só p'ra nós

Esta noite vou beber licor
Como um filtro redentor
De amor, amor, amor
Vou chamar a música
Vou pegar na tua mão
Vou compor uma canção

Chamar a música
Tê-la aqui tão pertoComo o vento no deserto
Acordado em mim

Chamar a música
Musa dos meus temasNesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música

Esta noite não quero a TV
Nem a folha do jornal
Banal que ninguém lê
Vou chamar a música
Murmurar um madrigal
Inventar um ritual

Esta noite vou servir um chá
Feito de ervas e jasmim
E aromas que não há
Vou chamar a música
Encontrar à flor de mim
Um poema de cetim

Chamar a música
Tê-la aqui tão pertoComo o vento no deserto
Acordado em mim

Chamar a música
A música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música

(Samuel Úria)



Etiquetas:

segunda-feira, dezembro 23, 2013

Madrugada Sem Sono

Na solidão a esperar-te
Meu amor fora da lei
Mordi meus lábios sem beijos
Tive ciúmes, chorei

Despedi-me do teu corpo
E por orgulho fugi
Andei dum corpo a outro corpo
Só p'ra me esquecer de ti

Embriaguei-me, cantei
E busquei estrelas na lama
Naufraguei meu coração
Nas ondas loucas da cama

Ai abraços frios de raiva
Ai beijos de nojo e fome
Ai nomes que murmurei
Com a febre do teu nome

De madrugada sem sono
Sem luz, nem amor, nem lei
Mordi os brancos lençóis
Tive saudades, chorei

(Gisela João)



Etiquetas:

quarta-feira, dezembro 11, 2013

Inquietação

A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes

São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas

Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Para ficar pelo caminho

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda


(A Naifa)



Etiquetas:

domingo, dezembro 08, 2013

Poema de Ninguém

Se a culpa não é tua,
Não é de ninguém, de ninguém

É mais fácil andares nua
Que vestida de alguém,
Mas quem, mas quem...

Pensas tu que eu sou
Ninguém te deu a escolher

Se a falta até é minha
Foi porque escorreguei, escorreguei

Não mostras o teu lado
Ofereço o outro a quem
Mas quem, mas quem...

Pensas tu que eu sou
Remar só é bom a dois

Esconde-te na culpa de
Ninguém saber o que dizer sobre ti

Escondo-me na falta que é
Nunca saber o que dizer sobre ti

Pensas tu que eu sou
Remar só é bom a dois

(Salto)



Etiquetas:

domingo, dezembro 01, 2013

Um Monge Às Costas