There's A Light Never Comes Out

Não poderia começar a minha prestação neste espaço com uma canção do dia que fosse não somente e apenas uma canção "do meu dia", mas de toda uma vida. De todos os momentos realmente importantes que marcaram uma geração e qualquer existência de cada um de nós, exaltamos sempre os verdes anos da juventude, dos amores impossíveis, não confessados.
A nona música do álbum The Queen Is Dead, um dos mais emblemáticos da carreira dos The Smiths, There's A Light That Never Goes Out fala-nos disso mesmo. Da impossibilidade de um amor não confessado. Do confronto da ideia de uma morte agradável, de uma luz (a light that never goes out) que não chega a existir por medo da confissão desse amor (a strange fear gripped me and I just couldn't ask), dessa sensação estranha, do medo da rejeição... os amores platónicos da nossa juventude. A beleza triste de um desfecho assim, transporta-nos a um mundo negro, de sons tão belos imortalizados na voz de Morrissey quão bela a poesia implícita e a inevitabilidade da morte e do amor.

Esta, a canção do meu dia. Uma canção de toda uma vida...

1 - Bigmouth Strikes Again

2 - Cemetry Gates

3 - Frankly, Mr. Shankly

4 - I Know It's Over

5 - Never Had No One Ever

6 - Some Girls Are Bigger Than Others

7 - The Boy With The Thorn In His Side

8 - The Queen Is Dead

9 - There Is A Light That Never Goes Out

10- Vicar In A Tutu

And if a double-decker bus

Crashes into us

To die by your side

Is such a heavenly way to die

And if a ten ton truck

Kills the both of us

To die by your side

Well, the pleasure, the privilege is mine

There is a light that never goes out

Morrissey, There's A Light Never Goes Out,

in The Queen Is Dead, The Smiths (1986)