terça-feira, outubro 05, 2010

Povo Que Lavas No Rio


Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

Fui ter à mesa redonda
Beber em malga que esconda
Um beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
Água pura, fruto agreste
Mas a tua vida não.

Aromas de urze e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.

Mas a tua vida não.

(António Variações)



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2 Comments:

Blogger Micas said...

Que saudades...

8:44 da manhã  
Blogger Nuno Guronsan said...

É isso mesmo, Micas...

5:50 da tarde  

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